Em minhas andanças por vários Estados brasileiros para ministrar treinamentos e palestras para cooperativas que buscam desenvolver seus profissionais, tenho percebido mais claramente o conhecimento, a visão de mundo e as habilidades esperadas dos profissionais de sucesso no Cooperativismo. É preciso destacar que esse perfil é moldado por características distintas das exigidas no ambiente empresarial mercantil.
Em primeiro lugar, é essencial compreender a natureza diferenciada das cooperativas, que se fundamentam nos princípios universais da cooperação delineados pela Aliança Cooperativa Internacional (ACI). A finalidade primordial da cooperativa é melhorar a vida dos cooperados. Isso se reflete não apenas nas sobras financeiras, mas também no impacto positivo sobre a comunidade, promovendo desenvolvimento local, educação, e qualidade de vida. O profissional do Cooperativismo está alinhado com os valores de governança, transparência e responsabilidade social, sendo um agente ativo na transformação das realidades onde atua.
Por exemplo, no setor de crédito o atendimento personalizado e o contato humano são valores enraizados no cooperativismo, diferenciando-o do modelo bancário tradicional. Enquanto os bancos buscam cada vez mais a digitalização e a redução de custos, as cooperativas valorizam o atendimento presencial e a proximidade com os cooperados. Essa abordagem reforça o papel central do associado, priorizando sua satisfação e bem-estar.
O profissional cooperativista não está limitado pela busca exclusiva de retorno financeiro, mas sim engajado em atividades que vão além do escopo de suas responsabilidades formais. Participação em conselhos comunitários, organizações não governamentais e outras entidades civis são exemplos da abordagem holística e engajada desse profissional. Ele compreende que seu papel vai além das atividades operacionais, contribuindo ativamente para o fortalecimento e aperfeiçoamento do ambiente onde a cooperativa está inserida.
Nesse sentido, as habilidades mais importantes para o profissional do Cooperativismo incluem não apenas competências técnicas, mas também capacidades de liderança, empatia, colaboração e comprometimento com os valores cooperativistas. A capacidade de inovar, adaptar-se às mudanças e promover o engajamento da comunidade são aspectos fundamentais para o sucesso nesse contexto.
Em resumo, o profissional ideal do Cooperativismo é aquele que compreende e abraça os princípios cooperativistas, priorizando o bem-estar dos cooperados e o desenvolvimento sustentável das comunidades onde atua. E você, o que pensa sobre o assunto?
Speaker Alexandre Garcia
Doutor em Administração, Palestrante, Consultor e professor de Pós-Graduações.